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Bioconcreto – Biobetão

Ricardo Rodrigues

Publicado em:Materiais de Construção

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Bioconcreto – Biobetão

Ricardo Rodrigues

Enquanto engenheiro civil, considero que um dos aspetos mais atrativos desta profissão é a necessidade de estar sempre atualizado, procurando aprender com as novidades e com as novas tendências da construção. O bioconcreto é um daqueles conceitos que merece a nossa atenção.

Foi no final de 2012, que a uma equipa de investigadores catalães anunciou o desenvolvimento do bioconcreto, um conceito que basicamente aposta em dar vida às fachadas.

Como funciona isto? De uma forma muito resumida, o bioconcreto promove o crescimento de um conjunto de organismos pigmentados nos edifícios.

Segundo os investigadores que desenvolveram o conceito, o bioconcreto apresenta diversos benefícios, quer em termos ambientais, quer em termos estéticos.

Bioconcreto

Como Nasceu o Conceito de Bioconcreto

O bioconcreto foi desenvolvido e patenteado por uma equipa de investigadores afetos à Universidade Politécnica da Catalunha.

Este é um tipo de concreto para construção que se diferencia por promover o crescimento de determinadas famílias de organismos pigmentados. Esses organismos incluem musgos, líquenes, microalgas e fungos.

O conceito de fachada viva captou um grande interesse na indústria da construção civil europeia, devido às muitas potencialidades que apresenta.

Vantagens do Bioconcreto

As principais vantagens da utilização do bioconcreto na construção são de caráter ambiental, estético e térmico.

Os organismos utilizam o concreto como substrato para crescerem, retendo o dióxido de carbono atmosférico e contribuindo para um melhor isolamento térmico dos edifícios.

Adicionalmente, estes organismos geram novos padrões de cor e novas texturas nas fachadas.

O bioconcreto desenvolvido na Catalunha foi criado especificamente levando em consideração o clima mediterrânico.

Este material é constituído por várias camadas verticais, nas quais o cimento de fosfato de magnésio desempenha um papel fundamental.

Este material é bastante usado na medicina humana e até aqui, acredita-se que não causa qualquer impacto ambiental.

Veja também: Projetos de estruturas em betão armado

Bioconcreto

Bioconcreto Autorregenerador

Quase em simultâneo com a investigação que decorria na Catalunha, investigadores da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, desenvolviam outro tipo de bioconcreto, cuja principal particularidade é a capacidade de autorregeneração.

Este novo tipo de concreto possui na sua composição bactérias que produzem calcite. São estas bactérias que possibilitam que o material se auto repare.

Na teoria, esta nova tecnologia poderá permitir aumentar de forma muito relevante o tempo de vida das estruturas de concreto, diminuindo também os seus custos de manutenção.

Neste bioconcreto, sempre que surgem fissuras numa estrutura, as bactérias alcalifilicas que vivem no seu interior ficam expostas a um ambiente mais ácido, desencadeando uma reação que origina a produção de calcite.

Por sua vez, a calcite vai encher as fissuras, do interior para o exterior, conseguindo selar o orifício de forma progressiva.

Este bioconcreto é obtido a partir de uma combinação de nutrientes e bactérias, que são adicionadas à base de argamassa.

As bactérias permanecem durante quase todo o tempo em estado latente, sendo apenas ativadas em contato com a água. Assim quando chove e a água da chuva penetra nas fissuras, “ativa” estas bactérias.

Bioconcreto – Um Passo Firme Rumo ao Futuro

Estes são apenas dois exemplos das potencialidades do bioconcreto. Em diversas outras Instituições, outras equipas de investigadores estão a trabalhar em novos materiais semelhantes, sendo hoje impossível quantificar tudo o que irá mudar no futuro da construção civil.

A utilização de “materiais vivos” na construção será seguramente uma das grandes tendências do futuro próximo.

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Autor: Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores e engIobra (RRNValores Unipessoal, Lda,)

Sou Licenciado em Engenharia Civil, desde 2004, pelo I.S.E.L. - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Membro sénior da OET - Ordem do Engenheiros Técnicos.

A equipa engiobra é formada por engenheiros e arquitetos com experiência comprovada em projetos de especialidades para licenciamento e execução.

Atualmente trabalho na engiobra como Projectista: Tenho mais de 10 anos de experiência em projectos de engenharia civil nomeadamente, projectos de estabilidade (estruturas), projectos de redes de abastecimento de águas prediais, projectos de redes prediais de drenagem de águas residuais e pluviais, projectos de acústica de edifícios, projectos de redes prediais de gás.

Entre 2004 e 2010 trabalhei em direcção e fiscalização de obras públicas e privadas.

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