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Cimento De Aluminato De Cálcio

Ricardo Rodrigues

Publicado em:Materiais de Construção

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Cimento De Aluminato De Cálcio

Ricardo Rodrigues

Esta é a descrição atual para cimento de aluminato de cálcio também conhecido como cimento de alto teor de alumina ou cimento aluminoso. O problema com este cimento é que está sujeito ao que é conhecido como “conversão”.

Esta é de fato uma mudança química adicional (seguida à formação inicial de hidratos) nos aluminatos de cálcio hidratados, promovida em condições de grande humidade e temperatura.

Estas alterações efectuadas mais tarde, causarão geralmente uma perda significativa na resistência do concreto (cerca de 20% a 50%), e (possivelmente a alteração mais importante) que vem a par com um aumento da permeabilidade.

Cimento de aluminato de cálcio

Todo o concreto de cimento de aluminato de cálcio era produzido como elementos prefabricados por três manufacturadores principais, que se especializavam na produção de produtos de concreto protendido (pré-esforçado). Este tipo de produção foi realizada maioritariamente entre 1946 e 1975, contudo a produção cessava geralmente no período das proibições, devido ao colapso de algumas construções.

Eficácia do Cimento Aluminoso

A popularidade do cimento aluminato de cálcio deve-se provavelmente ao seu rápido aumento de resistência: por exemplo, o equivalente á resistência conseguida no concreto normal num período equivalente a 28 dias, era conseguida entre 2 a 3 dias.

O tempo da, “Pega do Concreto” (termo Brasileiro) e/ou “Presa do Betão” (termo Português), de cimento de aluminato de cálcio não é significativamente diferente do observado no concreto de cimento portland comum (CP I). Apenas os períodos de cura do concreto são diferentes.

Análises Efetuadas

Muitas organizações envolvidas na análise do concreto, levaram a cabo testes e ensaios a construções onde o concreto de cimento de aluminato de cálcio tinha sido usado. O principal propósito destes ensaios foi avaliar o concreto do ponto de vista estrutural, isto é, avaliar o efeito de qualquer alteração na resistência do concreto, em vez de estudar as mudanças de permeabilidade ou quaisquer outras implicações ao nível do projeto.

Foram realizados trabalhos para resolver os problemas de resistência e de permeabilidade do concreto. Ao todo, foram analisadas cerca de 1000 construções.

Nas décadas acima referidas, cerca de 15 milhões de unidades pré-moldadas foram fabricadas, estas unidades foram inseridas em 60 mil obras. O número de obras no total iria provavelmente rondar algumas centenas de milhares, mas apenas 1.5% das obras foram analisadas.

Como foram realizadas as análises?

(I) Foram realizadas visitas a duas escolas com unidades pré-moldadas que não estavam escondidas por um tecto suspenso. Verificou-se que os apoios das vigas pré-moldadas tinham um apoio com um comprimento insuficiente que rondava 1 a 2 mm. Isto foi observado com crianças e professores na aula. As salas com este problema ocorria foram imediatamente evacuadas e os trabalhos de correcção foram iniciados. Não foram observados mais problemas deste tipo em elementos de unidades pré-moldadas.

(II) A segunda área com problemas foram em áreas de construção onde existiam condições de bastante humidade e calor, como cozinhas, casas-de-banho e no telhado. No caso do telhado foi observada degradação química. Foram colocadas placas de lã e de madeira sobre as unidades, onde a condensação e/ou fugas estavam a ocorrer.

Foi determinado que a fibra de madeira nas placas de lã de madeira, fosse comummente estabilizada (para prevenir o crescimento orgânico) através de tratamento com cloreto de cálcio. A descarga do condensado e das fugas resultaram num ataque dos cloretos no concreto o que o tornou mais vulnerável ao ataque pela conversão, causando um aumento na permeabilidade. O ataque ocorreu devido, em grande parte, á formação de alumino-cloreto de cálcio, e ás superfícies se terem tornado mais moles até á profundidade de 10 mm. Apesar de nalguns casos, ter sido descoberto que o cloro atingiu fios pré-estressados, não ocorreram problemas.

Embora, tal como no cimento Portland comum (CP I), o concreto de cimento aluminato de cálcio também está sujeito á carbonatação, no entanto, não foi encontrado qualquer problema neste mecanismo.

Identificação dos Problemas

Os problemas que podem ocorrer com a utilização de concreto com cimento aluminato de cálcio, podem ser identificados por:

1. Comprimento de Suporte Insuficiente;

2. Ataque químico dos cloretos, resultando num amolecimento da superfície.

Medidas Correctivas

[dropcap]O[/dropcap]nde existir comprimento de suporte insuficiente, o aço deve ser fixado ás colunas de suporte para aumentar o comprimento do suporte. Pode ser necessário colocar calços de aço inoxidável ou um material semelhante nas aberturas e depois colocar massa de cimento. Quaisquer que sejam os calços utilizados, não deverá existir qualquer reacção corrosiva bimetálica com os suportes.

Onde existir um ataque químico de cloro, resultando no amolecimento das superfícies, devem realizar-se trabalhos de reparação para inibir, ou de preferência, para parar a condensação e/ou fugas. Ás unidades que possuam o material da superfície degradado, o mesmo pode ser removido se necessário, e a superfície pode ser posteriormente reestruturada com uma argamassa polimeria.

A melhor forma de evitar o problema (I) provavelmente será dimensionar as tolerâncias adequadas e garantir que estas sejam alcançadas tanto nos elementos estruturais em concreto pré-moldado como nos elementos estruturais em concreto realizado in situ.

Quanto ao (II), é melhor assegurar que áreas como espaços de telhado, cozinhas, casas de banho, e zonas de risco semelhantes tenham os seus produtos pré-moldados, num ambiente adequadamente ventilado, sem fugas e condensação.

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Autor: Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores e engIobra (RRNValores Unipessoal, Lda,)

Sou Licenciado em Engenharia Civil, desde 2004, pelo I.S.E.L. - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Membro sénior da OET - Ordem do Engenheiros Técnicos.

A equipa engiobra é formada por engenheiros e arquitetos com experiência comprovada em projetos de especialidades para licenciamento e execução.

Atualmente trabalho na engiobra como Projectista: Tenho mais de 10 anos de experiência em projectos de engenharia civil nomeadamente, projectos de estabilidade (estruturas), projectos de redes de abastecimento de águas prediais, projectos de redes prediais de drenagem de águas residuais e pluviais, projectos de acústica de edifícios, projectos de redes prediais de gás.

Entre 2004 e 2010 trabalhei em direcção e fiscalização de obras públicas e privadas.

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