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Reabilitação urbana aumentou 16,7% em outubro de 2021

Ricardo Rodrigues

Publicado em:Construção Civil

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Reabilitação urbana aumentou 16,7% em outubro de 2021

Ricardo Rodrigues

Anualmente a (AICCOPN) Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (uma associação nacional que representa mais de 8.000 empresas ligadas ao setor da construção civil e obras públicas) realiza um inquérito relativamente à reabilitação urbana.

Desde o ano de 2015 que a reabilitação urbana em Portugal tem estado sempre a crescer. Contudo, este crescimento começou a decrescer a partir do primeiro trimestre de 2020, no entanto em 2021, apesar de o setor ter nitidamente sido impactado pela pandemia, os números ao longo do primeiro semestre de 2021 demonstram um movimento de recuperação gradual.

Compreensível, uma vez que o País e o mundo ainda enfrentam as consequências da pandemia da covid-19.

Mas, apesar de o futuro da maior parte das atividades económicas ainda ser incerto, o setor de reabilitação urbana parece ter força e flexibilidade suficientes para continuar a vingar.

Veja também: Projetos de especialidades para licenciamento

A reabilitação urbana num cenário de pandemia

De facto, a pandemia levou a que o setor retraísse. Contudo, as obras já em curso foram continuadas, mesmo com as dificuldades operacionais e restrições à mobilidade.

Mesmo com todos estes fatores, ainda hoje a reabilitação urbana merece destaque e continua a ser um segmento estratégico essencial. Isto tanto para o setor como para a economia do País.

Considerando uma perspetiva de médio a longo prazo, o património edificado de Portugal e a diversidade do território favorecem o crescimento com um elevado potencial.

De acordo com Reis Campos, presidente da AICCOPN, o posicionamento competitivo da reabilitação urbana tem sido muito relevante e este mercado encontra-se num momento de consolidação e estabilização.

Isso significa que o setor possui condições para continuar a desempenhar o seu papel de motor da economia e do emprego.

Barómetro AICCOPN da Reabilitação Urbana
Barómetro AICCOPN da Reabilitação Urbana relativo ao mês de Outubro

Evolução do sector em 2021

Para melhor ilustrar o cenário de recuperação da mobilidade urbana, veja o quadro comparativo do barómetro da AICCOPN entre os meses de janeiro e outubro deste ano:

MesesNível de AtividadeCarteira de EncomendasMeses de produção contratada
JaneiroContração 6,5%Redução 8,5%7,7 meses
FevereiroContração 6,4%Redução 6,4%8,5 meses
MarçoAumento 1,0%Redução 1,8%9,2 meses
AbrilAumento 1,1%Aumento 2,4%9 meses
MaioAumento 7,3%Aumento 3,5%8,4 meses
JunhoAumento 7,2%Aumento 7,0%9,3 meses
JulhoAumento 6,0%Aumento 6,3%9,4 meses
Agosto Aumento 5,6% Aumento 8,3% 8,7 meses
Setembro Aumento 11,0% Aumento 7,8% 9,7 meses
Outubro Aumento 16,7% Aumento 16,0% 10,6 meses

Interpretando as informações que constam no quadro, em Outubro, o Nível de Atividade, índice que mede a evolução do setor de Reabilitação Urbana, registou uma taxa de crescimento de 16,7% face a Outubro de 2020.

Ou seja, um resultado superior aos 11,0% registados no mês anterior, o que demonstra estabilidade.

Já o índice relativo à evolução da Carteira de Encomendas, que reflete a opinião dos empresários em relação ao volume de obras previstas, apresenta em Outubro uma variação de 16,0%, superior aos 7,8% registados em setembro.

Por fim, em relação aos meses de produção contratada, ou seja, o tempo assegurado de laboração a um ritmo normal de produção, situou-se em 10,6 meses, atingindo um máximo histórico.

Veja também: Evolução do setor da construção civil em Portugal 2021

Fachada de um edifício antigo em Lisboa

Porque é que a reabilitação urbana se mantém promissora

Cada vez mais as cidades portuguesas assistem à degradação progressiva das suas estruturas urbanas, edifícios e espaços exteriores, assim como fábricas que são diariamente abandonadas.

Esta degradação é recorrente e está, intrinsecamente, relacionada com o próprio envelhecimento das estruturas, sobrecarga de utilização e, ainda, do desajustamento dos mesmos aos novos estilos de vida da população.

De forma a assegurar que os edifícios deixem de estar degradados, existem diversas vantagens associadas à reabilitação urbana dos mesmos. São eles:

1 – Diversas mais valias e descontos associados à reabilitação

Cada vez mais as câmaras municipais e o Estado promovem apoios de forma a que particulares e empresas reabilitem os prédios ou espaços envolventes das cidades.

Alguns dos apoios incluem (dependendo da zona do país) as seguintes vantagens:

  • Redução do IVA na mão de obra;
  • Isenção do IMI;
  • Isenção do IMT;
  • Desconto no valor do IRS (com o teto máximo de 500€);
  • Isenção de IRS para fundos de investimento imobiliário;
  • Isenção de taxas municipais;
  • Desconto nos materiais de construção civil;
  • Financiamentos em condições especiais.

2 – Programas de apoio à reabilitação urbana

De forma a promover a reabilitação urbana, o governo aprovou inúmeros apoios que podem ser utilizados pelos donos de prédios devolutos ou a necessitar de obras, de forma a reabilitar os mesmos e promover a sua sustentabilidade.

Alguns dos programas são:

  • Reabilitar para arrendar – Habitação acessível – Permite o financiamento de operações de reabilitação em prédios com pelo menos 30 anos. O principal destino destes prédios é serem ocupados para fins exclusivamente habitacionais. Apresentação do programa em pdf
  • IFRRU – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas – Permite a revitalização física e a regeneração económica e social em zonas urbanas que integram determinadas áreas identificadas ao abrigo dos programas operacionais do Portugal 2020 (normalmente zonas com pouca população ou com diversas fábricas devolutas).
  • RERO – Regime Excecional para a Reabilitação Urbana – Tratam-se de regras específicas para aplicar à reabilitação, que tornam muito menos burocráticos os acessos e processos de construção e reabilitação dos mesmos.
  • Diversos benefícios fiscais – De forma a motivar a reabilitação de prédios em mau estado, os seus proprietários passam a obter alguns benefícios fiscais em sede de IVA, IMI, IMT, IRC, IRC…

Estes são os principais motivos que levaram à manutenção das obras de reabilitação urbana em Portugal, mesmo com a pandemia.

Veja também: Obras públicas em Portugal: qual o resultado pós-pandemia?

Fonte: https://www.aiccopn.pt/5/comunicacao/cat/noticias-outras/item/item-1-55737

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Autor: Ricardo Rodrigues

Licenciado em Engenharia Civil, pelo I.S.E.L. - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Membro sénior da OET - Ordem do Engenheiros Técnicos.

+10 anos de experiência em projectos de engenharia civil nomeadamente, projectos de estabilidade (estruturas), projectos de redes de abastecimento de águas prediais, projectos de redes prediais de drenagem de águas residuais e pluviais, projectos de acústica de edifícios, projectos de redes prediais de gás.

A equipa engiobra é formada por engenheiros e arquitetos com experiência comprovada em projetos de especialidades para licenciamento.

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