O conceito de comboio de alta velocidade é relativamente abrangente, contudo a definição mais comum indica que o comboio de alta velocidade é um transporte que circula sobre carris de ferro, ultrapassando os 250 km/h.
Porém, segundo a União Internacional de Caminhos-de-Ferro não existe realmente uma velocidade mínima padrão para que transporte possa ser considerado um “comboio de alta velocidade”. Em alguns países, a “alta velocidade” é mesmo limitada a 160 km/h.
Um comboio de alta velocidade circula normalmente a velocidades de cruzeiro que se situam entre os 250 e os 300 km/h.
Podemos segmentar os comboios de alta velocidade em comboios convencionais sobre rodas e em comboios de levitação magnética, popularmente conhecidos como Maglev.
Em termos de comboios convencionais, o recordista de velocidade é um TGV francês que atingiu a velocidade de 574,8 km/h em 2007.
O comboio mais rápido em termos absolutos é o JR-Maglev MLX01, um protótipo japonês que atingiu os 582 Km/h.
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O Primeiro Comboio de Alta Velocidade
O primeiro sistema ferroviário que incluiu um comboio a alta velocidade nasceu no Japão em 1964. O sistema chamava-se Shinkansen e operava na linha Tokaido Shinkansen.
Os primeiros comboios Shinkansen pertenciam à série 0, operavam na rota Tóquio-Nagoya-Quioto-Osaka e conseguiam atingir os 200 km/h.
A Japan Railway ainda hoje se mantém como uma das entidades mais inovadoras no que diz respeito ao desenvolvimento de novos comboios de alta velocidade.
A Tecnologia do Comboio de Alta Velocidade
Ao contrário do que se pode pensar, muita da tecnologia que encontramos hoje nos comboios mais velozes do mundo, não é necessariamente uma grande inovação. Estes comboios velozes são sobretudo o resultado da otimização de tecnologias já existentes.
Ao colocarmos a engenharia do século XX ao serviço de novas estruturas ferroviárias e ao serem eliminadas limitações como passagens de nível, excesso de curvas e as complicadas questões das prioridades, é possível manter velocidades elevadas (superiores a 250 km/h).
Um exemplo prático deste paradigma é o TGV francês. A maior parte das linhas por onde circula o TGV francês incluem secções de carris antigos. Nestas secções, os comboios circulam a uma velocidade moderada. Apenas quando circulam nos novos segmento fazem uso da sua verdadeira velocidade.
Os custos de implementação de uma linha de alta velocidade são extremamente elevados. Em França, para reduzir esse custo, adotou-se por construir linhas mais inclinadas.
Para evitar intervenções dispendiosas na construção da linha, são adquiridos terrenos mais carros, que permitem construir linhas retas.
Uma das maiores dificuldades da construção da linha de alta velocidade no Japão é a tipologia do próprio terreno. O terreno montanhoso dificulta a extensão das linhas, elevando o custo da obra.
A Maior Linha de Alta Velocidade do Mundo
A China inaugurou em 2012 a maior linha de alta velocidade do mundo. São 2298 quilómetros, ligando Pequim a Cantão.
Esta enorme viagem é feita em oito horas, mantendo uma velocidade média de cerca de 300 quilómetros por hora. Antes do comboio de alta velocidade, a mesma viagem durava mais de 22 horas.
Sem dúvida, que em casos como este, a implementação de comboios com estas caraterísticas é uma grande inovação, contribuindo para o desenvolvimento das regiões onde se inserem.